domingo, 11 de junho de 2017

Bora fazer uma mudança?


"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." 
(Oscar Wilde)


Este blog que tenho mantido nos últimos anos tem me permitido, mesmo que não propositalmente, fazer uma espécie de sessão de análise pública. Tenho falado sobre todo tipo de questão, especialmente os assuntos caros a mim: arte, sociedade, política, natureza, sentimentos... Curioso que sempre que encontro os textos do passado acabo me lembrando do que estava passando naquele momento e como isso prova que sobrevivi a algo que não estava sendo fácil. Uma prova da importância da resistência, da reflexão, de não agir de cabeça quente nem querer dar passos maiores que as minhas pernas permitem.
Neste instante da minha existência, conforme o título do texto denota, tenho sentido mais do que nunca a importância da mudança: de casa, de trabalho, de comportamentos. Percebo (e como é chato perceber isso), que estou numa fase de relaxamento, mas não o relaxamento gostoso do descanso e do prazer. É aquele que a princípio parece bom: ok, estou aqui, tenho condições de viver assim, mas justamente isso fica desgastante com o tempo. É como um namoro chato com você mesmo. A princípio parece que está bom, mas a longo prazo revela-se uma armadilha, uma prisão que te limita e te sujeita a condições desfavoráveis.
O livro que quase terminando de ler atualmente - FOGO FÁTUO - TRINTA ANOS ESTA NOITE, de Drieu la Rochelle - tem acendido ainda mais em mim esse desejo da mudança, as alterações que preciso fazer para ter um novo estilo de vida, porém que não sei como começar. Irônico citar o livro pois o protagonista deste é justamente o oposto da mudança. Alain é um jovem viciado em drogas na Paris da primeira metade do século, uma pessoa que se rende a tal condição por perder completamente a alegria de uma vida que para ele não tem mais qualquer sentido, conforme o trecho:

 "Sucidar-se? Não é preciso, a vida e a morte são uma mesma coisa. Do ponto de vista do eterno em que estou agora, em que sempre estive, em que sempre estarei".

Mas confesso, claro, que tive sim muitos momentos de pensar como o Alain do livro. Aquela crise e aquela raiva de bater a cabeça contra a parede e achar que todos que cresceram próximo a você se deram melhor na vida. Isso é o pior de comparação, o estereótipo da inveja e a mudança do foco principal: eu tenho que ser meu parâmetro, minha referência. O que faço com o que a vida deu e dá a mim? É isso que deve ser analisado sempre.
Otimismos e pessimismos à parte, eu sigo em frente. É metade de 2017 e sinto que os ventos de mudança se aproximam, assim como preciso ter mais dedicação para alcançar minhas metas. Este é mais um texto e o mundo segue girando, estejamos espertos ou não. Mas espero que sim.