Se até na mais longínqua filosofia grega, podemos ver como o humor de Demócrito de Abdera e Diógenes de Sínope já irritava o tão famoso e sisudo Platão, ainda hoje a ironia, o deboche e sátira geram muita controvérsia.
Como alguém que tem escrito diferentes
textos nos últimos anos, sendo muito deles de humor, passando por contos,
crônicas, matérias jornalísticas e projetos ainda em desenvolvimento, posso
garantir, humildemente, que fazer rir é realmente uma das tarefas mais
imprevisíveis e por isso mesmo um tanto desafiadoras para um escritor com
pouquíssimo tempo de estrada. Fazer chorar é, digamos, “fácil”. Afinal, os
dramas humanos são basicamente os mesmos, por mais diferentes que as gerações
sejam. No campo do suspense, você tem os truques para prender a atenção do
leitor, com ambientes estranhos, desaparecimentos, criaturas misteriosas..., e
outras características que qualquer bom leitor e espectador de filme de
mistério vai captar. História de amor nem se fala então. Mas arrancar uma boa
risada espontânea de um público variado e fazer isso mais de uma vez é mistério
dos grandes.
Rir faz bem pra saúde, deixa o momento
mais leve e tudo fica ainda melhor quando estamos num grupo de pessoas
compartilhando a sensação. É bom ver o político satirizado, a figura excêntrica
sendo alvo de piada, aquele diálogo na comédia que faz a gente se lembrar de
alguma situação ridícula por qual já passamos... São muitas as possibilidades.
Mas aí entra a questão primordial que sempre se debate quando se fala de humor,
principalmente quando tem alguém que se diz ofendido: o humor tem limite?
Não, não é minha pretensão entrar nesse
campo de batalha. Mas pra ser sucinto e não perder o embalo, só digo que limite
de temas a serem abordados jamais deve haver. É possível sim extrair humor de
qualquer situação. Na família, entre amigos, em público, na mídia... Agora, e a
dosagem? Aí sim fica difícil determinar essa linha tênue, mas se tudo tem
limite, inclusive a vida que é finita, por que o humor não teria? Porém, e que
fique claro, nada justifica reações extremas. Jamais.
Humor inteligente e boas sátiras são
sempre bem-vindos em um mundo que não pode se levar a sério o tempo todo.
Veríssimo, Chaplin, Woody Allen e tantos outros bons que o digam. Achar
graça fica a seu critério.
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