terça-feira, 6 de novembro de 2012

Rosas desconexas

Segunda Guerra Mundial, uma mulher forte, seu filho, as rosas, um visitante. Algumas ideias vão desabrochando..


"Aquelas rosas amarelas eram as mesmas. Sempre que a primeira desabrochava, o menino Alberto as colhia para a sua mãe. Corria de manhã, logo cedo, em direção ao lago da fazenda, onde estava a roseira solitária, e pegava com o maior cuidado para não deixar cair uma única pétala. Quando não alcançava seu objeto de desejo, pedia para o jardineiro, um velho sábio de sangue indígena, para que o erguesse e assim executasse sua missão. 
Volta e meia, num pequeno descuido, espetava-se. Mas não deixava que isso o esmorecesse. Gostaria de entrar correndo na sala do casarão e exibir orgulhoso o presente para a mãe. Assim fora durante tantos anos, na inocência, até a partida daquele, já um jovem crescido, para os estudos na capital. Mal sabiam, mas a relação deles, após essa mudança, jamais seria a mesma. Não haveria mais a inocência."

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