terça-feira, 1 de setembro de 2015

Desaparecidos no universo, perdidos neste mundo?



"Um filósofo é um homem que vive, sente, escuta, suspeita, espera e sonha sempre com coisas extraordinárias, que parece colher as próprias ideias de fora, do alto e debaixo, como uma espécie de acontecimentos apenas a ele reservados e que chegam até ele como raios, e talvez, ele mesmo seja um furacão, prenhe de raios, um homem fatal, em torno do qual se ouve incessantemente o ruído sinistro do trovão.
Um filósofo, infelizmente, é por vezes um ser que foge de si mesmo, que freqüentemente tem medo de si, mas que é muito curioso, para deixar de voltar, sempre, para si mesmo." (Friedrich Nietzsche - "Além do Bem e do Mal")

Seres tão minúsculos na vastidão do cosmos. Um planeta gigante, mas é tudo tão pequeno na verdade. Somos muita complexidade num só corpo e, ao mesmo tempo, tão pouco. Achamos as formigas pequenas, as gotas do orvalho pela manhã, o filhote de passarinho no ninho. Sem contar as coisas invisíveis a olho nu... O silêncio e os sons naturais podem ser tão fascinantes para relaxar uns quanto a agitação é intrínseca à vida de outros. Contrastes do campo com a cidade, as trilhas da floresta versus as agitações da "night", as buzinas e a cachoeira, engravatados e pés descalços. Quem nunca teve a sensação de que este nosso mundo parece comportar vários dentro de um só? Certas vezes pode parecer até sonho. Aconteceu ou não tal coisa? Eu fui àquele lugar uma vez ou simplesmente imaginei? A diversidade de pessoas e cenários é fascinante e assustadora ao mesmo tempo.
Acredito eu que por isso existam fugas das mais diversas formas... Pode ser uma refúgio na religião, na intelectualidade filosófica e literária (coincidência ou não...), na arte, nas festas constantes, num casamento, uma penca de filhos, os vícios, a loucura... Nossa! A gente não aguenta viver numa situação que não traga algum conforto, o próprio corpo dá sinais, até mesmo para os menos exigentes.
Como o ser humano é um bicho doido que tenta atingir alguma meta na vida para, depois de alcançá-la, começar a se sentir simplesmente vazio! Talvez tenha sido fácil demais. Ou não, apenas não correspondeu às expectativas. E há os que simplesmente desistem, cortam o fio da vida para, talvez, alcançar a transcendência, viver em um lugar supostamente melhor.
Divagações excessivas à parte neste meu momento um tanto introspectivo e apreensivo quanto ao meu futuro e o da Terra, deixo abaixo o trailer deste belo documentário - "Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora de Equilíbrio" -, que, apropriadamente, nos coloca como observadores de nosso próprio planeta, fazendo parecer que nos esquecemos de que aqui estamos, talvez perdidos em nossas rotinas, inconscientes da dimensão deste lugar e numa competição cotidiana com nossos vizinhos humanos, buscando atenção, sucesso, amor... e o que mais nos convier.
Blá-blá-blá meio doido acabando, o que acho bom mesmo, honestamente, é esquecer tudo de vez em quando. Buscar demais pode nos deixar mais perdidos ainda nesta vida finita. Prioridades feitas, fiquem com o vídeo ou vão direto para o documentário se o encontrarem.



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